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Em busca do Equilíbrio Emocional
Você com certeza já escutou sobre a importância de mantermos o nosso equilíbrio emocional, como pessoas que mantêm seu psicológico estável possuem uma vida mais valorosa e as mais diversas barreiras podem ser superadas com uma mente controlada. Entretanto, o que é esse estado quase que espiritual e como alcançá-lo costumam ser descritos de maneira vaga e abstrata, geralmente relacionados com outras instâncias metafísicas.
Emoções possuem basicamente três funções, como nos motivar para a ação, imagine como seria fugir de um assalto sem bastante medo; passar informações aos outros, basta um olhar parar demostrar insatisfação com um presente abaixo das expectativas, e passar informações para nós mesmos, pois quando você sente angústia por estar na presença de alguém, tenha certeza de que isso fala bastante de como essa relação foi construída. Na busca pelo tal equilíbrio emocional, costumeiramente se demonizam aquilo que sentimos, pois seria algo problemático, mas entender as funções dessas emoções é fundamental para identificarmos seu papel em nossas vidas.
Em contrapartida, muitas vezes nossos sentimentos surgem de maneira tão intensa que acabamos por agir em função desse estado, geralmente se comportando de forma que nos traz problemas futuros, como sendo grosseiro com um amigo por raiva do trabalho, ficando triste com um filho por desagrados com a escola ou sendo improdutivo pelo medo de alguma eventual necessidade de sair de casa. O primeiro passo para a regulação emocional é identificar os fatos, pois muitas vezes podem ser solucionados de maneira a resolver o ambiente estressor (Freitas et al, 2021). Porém, igualmente comum são as situações que não há uma resolução simples ou, muitas vezes, qualquer tipo de resolução, assim, torna-se fundamental compreender o que está desencadeando as emoções e, nos casos em que essa relação não esteja adaptativa, por exemplo quando desgastes profissionais nos deixam sensíveis a situações familiares, as estratégias de tolerância a esses sentimentos podem auxiliar a regulação.
Nesses casos particulares em que você necessite primeiro controlar esses impulsos emocionais, conseguindo assim refletir de forma sábia sobre como agir, algumas estratégias podem ser bastante eficazes. Por exemplo, mergulhar nosso rosto na água gelada produz uma série de reflexos de mergulhador que auxiliam na regulação de batimentos cardíacos e respiração (Caromano, 2003). Outra estratégia é o controle da postura, quando naqueles momentos em que sentimentos de tristeza lhe oprimem de forma a curvar sua coluna e frangir suas sobrancelhas, já está evidenciado que agir de forma oposta a essa vontade, ou seja, forçar um meio sorriso, soltar seus braços e deixar a coluna ereta produzem estímulos neurofisiológicos que auxiliam na regulação emocional (Linehan, 2018).
Desse modo, regular as emoções não são habilidades pertencentes em um outro nível ou responsabilidade de uma formação espiritual. Alguns comportamentos simples, feitos de forma consciente e direcionada afetam diretamente sua relação com as emoções e estar ciente dessas estratégias é o começo da aprendizagem de como controlá-las.
Caromano, F. A. (2003). Efeitos fisiológicos da imersão e do exercício na água. Fisioterapia Brasil, 4(1), 61-66.
Freitas, L. D. P. P., Marçal, L. S., Barroso, A. P. N. B., dos Santos, J. A., & Ferraz, T. C. P. (2021). Conhecendo as habilidades de regulação emocional em Terapia Comportamental Dialética (DBT). ANALECTA-Centro Universitário Academia, 6(3).
Linehan, M. M. (2018). Treinamento de habilidades em DBT: manual de terapia comportamental dialética para o terapeuta. Artmed Editora.

