A importância do processo de generalização

A generalização é um termo técnico utilizado para descrever quando um comportamento passa a ocorrer não só na presença do estímulo no qual foi ensinado, mas também na presença de estímulos que diferem de alguma maneira do original, ou seja, quando o indivíduo transporta o comportamento aprendido na terapia para o dia-dia. e esse é um dos principais objetivos a serem alcançados por aplicadores da Terapia ABA. É através do processo de generalização que a criança consegue passa a ser autônoma em diversos ambientes, já que para um comportamento ser visto como autônomo, ele deve ocorrer em contextos diversos e frente a variados estímulos. Portanto, a generalização é uma parte muito importante para o aumento de repertórios comportamentais, tanto em crianças neurotípicas, quanto nas neutoatípicas.

É importante ressaltar que quando falamos sobre o ensino de novas habilidades, é preciso ter em mente que cada criança terá o seu tempo dentro do processo. Então, algumas levarão mais tempo para aprender determinado comportamento, enquanto outras precisarão de estratégias diferentes, para que assim, o objetivo seja de fato alcançado.

Tratando-se de crianças típicas, a generalização tende a não ser um problema. Elas costumam mostrar em casa comportamentos que aprenderam na escola e vice-versa. Mas, em crianças atípicas, a generalização dos comportamentos costuma ser um problema. Um dos grandes desafios para as crianças com autismo é exatamente transferir o comportamento aprendido e praticado no setting terapêutico para outras áreas da sua vida, como o âmbito escolar e familiar. Isso ocorre pelo fato de que pessoas com autismo tendem a ficarem sob o controle de estímulos mais rígidos, focando mais nas características daquele estímulo, como por exemplo, sua forma, ou sua cor.

Para que a generalização dos comportamentos adequados seja possível, é preciso que haja um alinhamento técnico entre a escola, a família e a equipe multidisciplinar. A fim de chegar ao objetivo final, são construídos planejamentos individualizados, levando em consideração o que a criança já sabe fazer, quais seus pontos fortes, seus interesses e os comportamentos que ainda precisam ser desenvolvidos e melhorados. Durante toda a intervenção multidisciplinar da criança autista, quando um comportamento já está bem instalado dentro do setting terapêutico, a equipe deve se preocupar com a generalização desses comportamentos aprendidas, para ambientes progressivamente menos estruturados e mais naturais.

A escola tem um papel fundamental na generalização dos comportamentos adequados da criança atípica pois, ela consiste em um dos principais ambientes com estímulos naturais que permitem o aprendizado e socialização das crianças. Por isso, é importante que sejam planejadas mudanças no material escolar daquela criança, e no próprio ambiente físico, já que a estimulação apresentada na escola permite que a criança seja e se sinta incluída, tendo assim, a maior probabilidade de responder conforme o esperado.

Tratando-se da ABA, o Acompanhante Terapêutico (AT) é de extrema importância para que seja possível ocorrer o processo de generalização. É ele quem irá promover a generalização dos comportamentos aprendidos na terapia para os outros ambientes. É necessário destacar que essa ajuda deve ir sendo retirada de maneira gradual, à medida que a criança for ficando mais independente e adquirindo sua autonomia comportamental.

REFERÊNCIAS

CALEGARE, Natália. A importância da generalização no autismo. 2023. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/generalizacao-autismo/. Acesso em: 18 maio 2023.

FIALHO, Juliana. Autismo: o planejamento da generalização. O planejamento da generalização. 2015. Disponível em: https://comportese.com/2015/08/24/autismo-o-planejamento-da-generalizacao/. Acesso em: 18 maio 2023.

S.N.. O QUE É A GENERALIZAÇÃO E POR QUE ELA É IMPORTANTE. Disponível em: https://www.casulocs.com.br/o-que-e-a-generalizacao-e-por-que-ela-e-importante/. Acesso em: 18 maio 2023.

Autora: Lívia de Souza Silveira, CRP 11/18784.
Psicóloga clínica formada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) com experiência de atuação em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, psicologia escolar e psicologia clínica.

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