ABA (Applied Behavior Analysis), ou Análise do Comportamento Aplicada, é a ciência que estuda o comportamento humano e produz técnicas aplicadas em várias áreas, incluindo procedimentos de intervenção específicos para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). As intervenções em ABA são personalizadas levando em considerações as potencialidades, necessidades, preferências e circunstâncias ambientais de cada criança e família.

 
Uma das principais características do TEA é o comprometimento na comunicação verbal e não verbal, sendo, inclusive, um dos primeiros sinais que leva os familiares a procurarem ajuda profissional. Os fonoaudiólogos são os trabalhadores especializados nessa área, tratando dos distúrbios da fala e da linguagem. Ainda no processo de avaliação e construção da intervenção, do qual também fazem parte, esses profissionais mapeiam, de acordo com as características do caso, que habilidades precisam ser desenvolvidas e/ou aprimoradas. O trabalho pode variar desde exercícios para fortalecer alguns músculos específicos, como os da boca, mandíbula e pescoço até o treino de imitação de sons e compreensão de linguagem corporal. Para autistas não verbais, o fonoaudiólogo pode também trabalhar a comunicação ampliada e alternativa, oferecendo outras formas de interlocução que facilitem sua expressão. Todo esse processo, além de aumentar a probabilidade de aquisição da fala em muitos casos, resulta também em ganhos na cognição e na interação social através da conquista de uma comunicacão mais funcional.

 
Uma outra área que merece destaque é o terapeuta ocupacional. Considerando outros aspectos muito comuns nos casos de autismo, como a restrição de interesses, os comportamentos repetitivos, os problemas sensoriais e a dificuldade de abstração que atrapalha o desenvolvimento da imaginação, o trabalho desses especialistas torna-se fundamental. Eles atuam através de uma variedade de estratégias que possibilitam uma melhor adaptação ao ambiente, isto é, suas atividades promovem as competências necessárias ao espaço escolar e outros ambientes que fazem parte do dia a dia da criança, potencializando sua autonomia. O trabalho realizado pode englobar tarefas de cuidados pessoais, como escovar os dentes e amarrar cadarços do sapato, até algumas atividades de integração sensorial, como a exposição controlada a determinados estímulos, proporcionando uma maior organização e regulação. Todo esse trabalho resulta em uma maior autoconfiança e independência da pessoa com TEA.