ABA contemporânea - Pessoa feliz, relaxada e engajada


Quanto a pessoa autista que você acompanha, profissionalmente ou com grau de parentesco, está feliz, relaxada e engajada? Se você é profissional da área, espera-se que conheça todos os passos de manejo, técnica e vinculação com base na análise do comportamento aplicada, se tem alguém na sua família ou conhecida que é autista, certamente você busca uma intervenção eficaz, com comprovação científica, e sobretudo, que atenda as necessidades da sua pessoa. A aplicação da ABA Contemporânea nos casos de TEA tem a finalidade de promover o aprendizado contínuo com base nos interesses do indivíduo, que suas preferências sejam priorizadas em atendimento e assim, os contextos de aprendizagem se fortaleçam e se desenvolvam as habilidades necessárias e relevantes para a pessoa autista e suas relações.

Algumas ações básicas contribuem para aplicação da ABA Contemporânea no atendimento, conhecer o aprendiz, suas preferências, o que gosta, o que não gosta, o que é indiferente, identificar essas preferências desde os objetos, como situações, atividades, alimentos, pessoas/interações, etc. Nesse sentido, começamos perguntando sobre esses itens, diretamente para a pessoa autista ou para seus parentes e pessoas que o conhecem e acompanham, assim passaremos também a conhecê-la, inclusive sobre a forma que ela se comunica, o que ela comunica através do comportamento-problema que se apresenta. Esse processo de perguntar, ouvir e aprender sobre o aprendiz possibilitará que criemos um contexto feliz, seguro e aceitável, onde não limitaremos recursos, atividades e itens do seu interesse, quanto mais disponíveis estiverem, melhor. Isso significa dar liberdade para que a pessoa inclua, retire ou mova materiais, que saia quando desejar, que circule nesse processo, seja fisicamente ou no contexto do atendimento.

OGarantir o alicerce da ABA Contemporânea na intervenção com a pessoa autista, que é mantê-la feliz, relaxada e engajada, requer dos profissionais se abster de dominar o atendimento, se colocar num lugar de submissão ao outro, e que esse outro perceba o quanto você está ali por ele, para ele e com ele, é importante que isso esteja claro e compreensível para o aprendiz. Portanto, se disponibilizar totalmente para a pessoa autista diz respeito a conduzir o atendimento conforme as necessidades dela, ou seja, evitar os redirecionamentos, elogios, questionamentos, ajudas, se isso não for expressamente demandado, os profissionais e cuidadores devem compreender que nesse processo de aprendizagem agimos conforme o aprendiz se comunica e não como julgamos ser necessário. Essa forma de interagir, compartilhar e se comunicar precisa ser liderada pelo próprio aprendiz, no entanto, não podemos deixar passar seus sinais e suas indicações dos passos seguintes, precisamos ler suas ações, seus comportamentos precisam ser vistos, ouvidos, entendidos e respondidos conforme suas necessidades. Em outras palavras, estamos falando de um cuidado compassivo e com empatia.

REFERÊNCIAS

Greg H. Uma perspectiva sobre a ABA contemporânea - FTF Behavioral Consulting

Bridget. A. Taylor. Cuidado Compassivo no Tratamento Analítico do Comportamento: Os resultados podem ser aprimorados atendendo aos relacionamentos com os cuidadores. 2019.

DIA, Autismo em. Método ABA: conheça uma das terapias mais eficazes no tratamento do autismo. conheça uma das terapias mais eficazes no tratamento do autismo. 2020. Disponível em: https://www.autismoemdia.com.br/blog/metodo-aba-conheca-uma-das-terapias-mais-eficazes-no-tratamento-do-autismo/. Acesso em: 15 jun. 2023.

Autora: Leidiane Estevão, CRP 11/16528.
Psicóloga Comportamento graduada pela Universidade de Fortaleza-UNIFOR com experiência de atuação em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo e Psicoterapia.




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